´´ Escolho os amigos pela beleza, os conhecidos pelo carácter, e os inimigos pela inteligência. Todo o  cuidado é pouco na escolha dos inimigos. Não tenho um único  que seja estúpido. São todos homens de capacidade intelectual  e, por conseguinte, todos me apreciam. Será isto vaidade? ´´

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

1º Cap. ´´ Assim foi pois assim devia ser. Tudo será viabilizado.´´

Nunca penso muito bem quando decido prestigiar alguém, a pessoa simplesmente está ali posta - como uma flor retumbante num jardim nada esbelto – e quando vejo estou admirado. Vou logo pondo meus olhos por cima dela, e de repente uma voz começa a falar palavras doces expressando uma harmonia entre os meus sentidos para a beleza que a minha frente faz pose. Particularizar o que acontece-me é tarefa trivial, posso dizer que geralmente não é apenas a beleza, mas os gestos daquela que vagueia pelo mundo, como uma flor retumbante num jardim nada esbelto.

O relógio badalava pelas vinte três horas de um dia cansativo, pelo menos para mim o foi. Mas estava intensamente alegre, acabava de ir a uma apresentação de um grupo de teatro, e como de costume, fiquei enfeitiçado. Sorria pelos vagões do comboio que para mim tarde partia. A música que saia do auscultador do meu telefone ajudava-me a não dormir e estar ainda mais ditoso em estar vivo nesta vida vivida. Mas o que fez meu peito incendiar e bater num compasso faustoso foi a presença de uma mulher que já devia ter dado quase o dobro de voltas que eu dei a volta do sol. Era uma flor madura cheia de encanto e doçura jovial, loiro os seus cabelos e olhos grandes d´um azul piscina. Sem me aperceber a caneta já deslizava deixando rastros no papel a que a outrora apenas a tonalidade branca o preenchia. Em pouco tempo já estava ali esboçado uma trova na qual incitava a beleza daquela flor madura cheia de encanto e doçura jovial…

Que jovial Mulher admirável
Não carrega um sorriso escancarado.
Transformando a beleza,
No fervor inabalável.

O livro que aos poucos lê,
Deve correr lágrimas ou reter
Todo o sentimentalismo,
Que a mim é inatingível.

Não pense minha flor madura,
Senão o seu fino olhar perturba.
Eu te deixarei por agora,
Mas sei que esse altar
Da minha parte feito,
Não será jogado fora.

Agradecido & Agraciado pela sua beleza,
Pedro O Poeta Gomes.

Dobrei a copia dactilografada do papel do meu caderno arrancado em desenho triangular, como representação geométrica do feminino. Em posição de sentido e concentração pensava em algum estratagema para poder a ela dedicar o registado. Contudo o comboio movia-se pelos trilhos ferroviários cada vez mais veloz, fazendo contra-peso com o tempo que encurtava-se em cada estação ultrapassada. Eu estava perdido em minha própria vontade, queria mais não devia, devia mais desistia, contemplava mais não a dedicava… ela era tão bela a folhear as paginas do livro, que eu já imaginava ela a deslocar os ouvidos de mim e não para mim. Toda a populaça que no comboio estava, de nada parecia ajudar-me, pessoas tristes e cansadas vindas de algum trabalho ardo, eu estava ainda mais abatido de ter tal plateia a volta. Apesar de tudo apenas de mim depender, eu colocava a culpa em todos eles e a ela também por ser tão bela e fazer de mim um escravo de sua formosura. Como um fracassado destroçado eu via o comboio parti e eu ficar sem a ela ter lhe presenteado com a loa que apenas a ela foi dedicada.

A sorrir para não chorar, apanhei o táxi e tentei fazer da sandice consciência, proferindo-me:
Assim foi pois assim devia ser. Tudo será viabilizado.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A vida

A vida vivida com optimismo é o único caminho para a felicidade. Viver cada dia como único, sabendo que o ontem apenas pertence ao nosso passado, pertence ao inatingível, a perfeição do tempo. Cada dia uma nova paixão, uma nova poesia em nossa vida. O amor que vivemos ontem por tanto tempo, que entrelaçávamos as pernas pelos lençóis, sem querer dormir, sem querer que aquilo se torne passado, para não perdemos aquele momento… entre beijos e sorrisos, tudo já foi. Eu reconheço que tudo o que foi vivido tem uma importância, mas o tempo é quem manda! O destino é apenas as folhas do caderno do tempo. Hoje já somos outros, temos um dia inteiro pela frente, vinte e quatro horas para viver mais e mais, para encontrar um novo alguém, ou para simplesmente nos perdermos, nos deixarmos enganar. Saber que a vida é muito maior do que nós mesmos. E sempre com alegria, sabendo que o que vivemos foi bom, e o que vier pode ser ainda melhor!

"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói" Cazuza

Pedro Gomes

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Bastidores

Viva a Arte, ou morra da realidade!


Peça apresentada para AP 12º.
Feita com muita vontade e carinho,
Como o meu amor pelo teatro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Loucura mortifera

Eu estava perdido e nem sei bem porque, porém perdi-me por ai, entre copos e corpos, e quando percebi já não me reconhecia, tinha uma outra cara, um outro sentido na vida. Estava despropositado a fazer tudo, sei que a minha face era parecida com a primeira, quem sabe até igual, porém eu não lembro da terceira.... Ao cair não senti sangue, nem sabor de vermelho esquisito, sabia a sal, saliva. Algo transparente sem cor, do tipo que não se vê, e muito menos percebi o que era, mas eu estava diferente era outro de certo. A morena com elevações na cabeça, como o que alguns animais carregam, levou me a passear em um oceano de uma cor que lembra o interior humano apaixonado, mas não em lágrimas amarelas, em outra cor, não a nostalgia é que é amarela como um filme antigo, algo velho, desbotado, passado... eu lembro que ela era bonita, alta, esbelta, tinha algo de atroz, feição de mulher feroz. O uísque era o que havia de melhor, ela disse que foi o chefe que lhe entregou para servir-me, eu bebi todo de uma vez só, e decobri que o álcool era meu amigo, ele não fazia-me mal , ao contrário das flores que jogaram por cima da minha casa, se é que pode se chamar de casa. Os seios dela cobriram a minha face, eu fiquei durante três minutos ali e nada me aconteceu além da erecção, eu a agarrei com toda a força, e fiz dela minha escrava sexualmente em termos... ela gostou , até lhe bati, e quando o grito do chefe tomou conta da sala ele olhou-me com simpatia e sorriu, eu estava ali desprevenido, nu, com uma gaja a olhar-me de baixo, ele parecia um animal , só que tinha uma cara avermelhada, com uma barba de mexicano, porém tinha um olhar de chinês, quando ele puxou-me pelo pescoço o chão abriu-se e eu via dali surgir mãos e mãos, pessoas que gritavam desesperadas, e eu vi naquele mar vermelho a minha própria face, aquela que eu havia esquecido, e que agora gritava para mim gritava em meu nome a dizer, « Era apenas uma brincadeira», o senhor de chifres sorriu para mim e disse, « Bem vindo ao lar!»
Eu acordei pela manhã com uma enorme dor de cabeça, e só lembrava o quanto sentir-se morto sem morrer é estranho...

domingo, 22 de novembro de 2009

Influências

Influências. Ande com leveza, fale com amor. Pois alguém irá lhe seguir, não a ti., e sim o que dizes, o que pensa. Pois o mundo é feito por influências.
Já ouvi falar que temos o livre arbítrio, que somos livres e que somos seres de acção. Custa-me crer nisso, se tudo o que fazemos tem um antecedente, tem uma origem. Mas como se somos um sistema? Está tudo interligado, existe uma ligação entre os seres e tudo o que nos cerca. Não somos únicos, somos um. E somos influência, influenciamos uns aos outros. O que aqui escrevo tem uma influência de alguém, não estou agindo, estou reagindo, fui estimulado a fazer isso.
Quando agir, faça com algum ímpeto, seja belo, seja sincero… fale com amor. Aqueles que não falam e nem agem com amor apenas transmitem desprezo ou sono, desdém. Pois toda essa nossa acção é influência, e assim influenciamos os outros. Por isso age como deve ser, pois tudo isso reflectirá no mundo, e sem amor não iremos mover nada, não seremos influência e muito menos seremos ouvidos.

Pedro Gomes

quinta-feira, 24 de setembro de 2009